Farsa de Inês Pereira

Porquanto duvidavam certos homens de bom saber se Gil Vicente (1465 – 1536) fazia de si mesmo as suas obras ou se furtava de outros, lhe deram como mote sobre que escrevesse o provérbio que diz: “mais quero asno que me leve, que cavalo que me derrube”. Assim nasceu a Farsa de Inês Pereira, representada ao mui alto e mui poderoso rei D. João, o terceiro do nome em Portugal, no seu Convento de Tomar, no ano do Senhor de MDXXIII.

 

Com a adaptação realizada por Eduardo Street para o programa “Teatro Imaginário” da Antena 2 (2002), nas interpretações de Teresa Sobral, Fernanda Montemor, Vera Azevedo, Rui Luís, Jorge de Sousa Costa e Carlos Vieira Almeida, celebramos hoje o Dia Mundial do Teatro.

 

Em qual playlist quer adicionar esta peça?

Tem a certeza que pretende eliminar a lista ?

Necessita de estar registado para adicionar favoritos

Login Criar conta
Partilhar

Composição poética representativa do futurismo português, Mima-Fatáxa — Sinfonia Cosmopolita e Apologia do Triângulo Feminino, de José de Almada Negreiros, chega ao público em 1917 no número único da revista Portugal Futurista. Movimento artístico efémero em Portugal, o futurismo alinha com as directrizes dos mestres franceses e italianos que, nesse ano, experimentam outros -ismos e tentam emergir da tragédia da Primeira Grande Guerra.

Mima-Fatáxa, poema de sintaxe à solta, é a apologia da luz e do brilho, do ritmo e da dança, do ruído e da confusão, da cor e da magia; é a proclamação da cidade – a grande cidade, Paris – como o centro da modernidade e do progresso, como o coração do futurismo, afinal.

Mas Mima-Fatáxa é também mulher-actriz-dançarina, um corpo de formas, contornos, gestos e jeitos que transbordam sensualidade e luxúria; é uma bailarina de circo que parece ter saído dos Bailados Russos de Nijinski e que personifica  os vícios e as virtudes do prazer carnal.

Tal como o título vaticina, neste poema, Almada Negreiros traça os contornos de uma Sinfonia Cosmopolita e desenha uma Apologia do Triângulo Feminino, criando uma composição ao gosto das vanguardas europeias e merecedora do epíteto com que o próprio se coroou: “Poeta d’Orpheu, Futurista e Tudo”.
Ana Deus interpretou o poema pela primeira vez em 2014, para uma encenação de João Sousa Cardoso estreada no Teatro Viriato. Em 2015, criou com os músicos Alexandre Soares, Gustavo Costa e Henrique Fernandes esta peça para a edição bilingue Nós, os de Orpheu /Whe, the Orpheu Lot, da BOCA e da Casa Fernando Pessoa.

 

 

 

Sílvia Laureano Costa

 

 

 

data de publicação
08.10.2022
texto
Almada Negreiros
Interpretação
Ana Deus
música e sonoplastia
Alexandre Soares
Gustavo Costa
Henrique Fernandes
agradecimentos
Editora BOCA e Casa Fernando Pessoa, pela cedência da peça, integrada na edição "Nós, os de Orpheu".
masterização
PontoZurca