Não me obriguem a vir para a rua gritar
Já nos deu muita poesia em nome próprio e já nos abriu portas a muitas dezenas de autores que traduziu. Margarida Vale de Gato é uma “Mulher ao Mar”, título que vai dando identidade a diferentes livros que criam movimento próprio, uma dinâmica contra a inação e a indiferença, capaz de fazer o sujo cantar.
A conversa começa por entre o som e a fúria de quem quer ter futuro, um lugar que seja seu, chamado planeta Terra. Depois, seguimos para Melides, território de água, e da luz que irradia dela. Um segredo mal guardado de natureza e vivência tranquila, que está prestes a perder-se para uma invasão massiva de complexos hoteleiros e campos de golfe.
Professora na Faculdade de Letras de Lisboa, Margarida Vale de Gato tem por último livro de poesia “Atirar para o torto”, de 2021. Há poucos meses publicou a antologia “O Outono de Oitocentos”, traduzindo meia centena de autores essenciais do século XIX.
No final da conversa escutamos em primeira mão o tema a que Madalena Palmeirim deu vida, com o poema “Marinha”, de Margarida Vale de Gato: “Nem aranha nem sereia, antes fora marinheira…”.
06.01.2022
Luís Caetano
Madalena Palmeirim (sobre poema homónimo de Margarida Vale de Gato)
Madalena Palmeirim