A pele de Nádia Duvall
Tudo pode ser arte e todos temos multidões dentro de nós, mas Nádia Duvall leva estas possibilidades ao limite e alberga em si uma “multridão”, um conjunto de criaturas que vão para lá da condição humana e das leis da física. Uma menina coelho, uma mulher imortal feita de areia e próteses, um demónio pássaro destruidor e primordial.
Nasceu em Espanha, viveu na Argélia uma infância traumática, passou a juventude em Leiria, onde o Kung Fu a salvou, e começou as suas experiências alquímicas nas Caldas da Rainha, no curso de Artes. A busca pela sua pedra filosofal não mais parou e nesse processo foi albergando as personalidades que dão livre curso às suas várias facetas e pulsões.
Chamam-se Oni tori, Alice Bekoumit, Mar Bekoumit, Magda Bekoumit, Matilde Vale Duvall, Emily Ham, Constança de Oliveira Martins, Odette Ghost, Louise Duvall, Helena Duvall, Leonarda Furtado, Olga Santos, Eva Mae, Vivian Dê Féte, Angelina Bekoumit. Acompanham-na dentro e fora do estúdio, seja ele um prédio de cinco andares com uma piscina-útero onde criam peles novas para recriar o mundo ou uma maquete em forma de casa de bonecas que amplia em vídeo-performances quando precisa de pôr a sua obra em cena.
25.11.2022
Oriana Alves e I. Rodas
Sérgio Milhano, PontoZurca