Ao Presidente
Sua Excelência Presidente
À hora que está
Minha ventura deriva no mar morte
Onde as ondas imundas são mudas
Quanto vale essa mudança
Com seus jeitos de projetos maldosos
Pelos idosos, pelas viúvas?
Pelos trabalhadores entojados pela miséria do campo?
Pelos professores honestos que ensinam o bem a nossas crianças
Com um salário execrável?
Pelos estudantes, cansados de sonhar: um emprego de qualquer coisa
Depois de planejar sua aspiração profissional?
Pelos refugiados feijoada sem emprego?
E pelos outros sem voz que estão nesta foz atroz?
Sua Excelência Presidente
Sua reforma de formas me treme no coma
Enquanto minha vida conjuga como êmese
Não posso fazer as minhas braçadas
Porque sou inválido de tanto golpe
Que tomei na cabeça
É a real idade da realidade do país nos bairros
Receba as odes do coro nas escolas, nas universidades e nas ruas
Essa insurreição não vai estar a temer
Porque tudo anda mal
E por isso anda bem a minha sátira
22.08.2022
Rei Seely
Sérgio Milhano, PontoZurca