Pasolini: a vida tão ferozmente
Nasceu há cem anos, a 5 de Março de 1922, o criador que vivia nas coisas e inventava o melhor que podia um modo de lhes dar nomes, como ele mesmo se definiu. “O incancelável Pasolini” – assim lhe chama o Corriere della Sera neste centenário – foi poeta, cineasta, escritor, crítico literário e “artista de todas as artes”, incluindo da telefonia sem fios, quando ainda na década de 50, antes de escrever diálogos para Fellini ou de assinar o seu primeiro filme, realizou um documentário radiofónico a bordo dos comboios que atravessavam a Friuli da sua juventude. Havia sido precisamente em língua friulana que ele publicara alguns dos seus primeiros versos.
Provocador, voz alta e livre, impossível de encaixar no frame da sociedade que o rodeava, o “escritor corsário” viveu e morreu pelas suas ideias. Nas noites da rádio de 1980, cinco anos depois de Pier Paolo Pasolini ter sido assassinado em Ostia, o Café Concerto da Rádio Comercial dedicava-lhe o “feature” que agora voltamos a escutar, usando o pertinente estrangeirismo com que Aníbal Cabrita descreve o programa. Gentilmente cedido pelo arquivo público, via Antena 2, à qual agradecemos. Um abraço especial ao Aníbal Cabrita, mestre de tanta FM.
05.03.2022
Antena 2