escrever em lenços umedecidos e
esperar secar
escrever em sacos de pão e
comer
escrever em contas atrasadas e
não pagar
escrever em catálogos de exposições e
tropeçar nas esculturas
escrever em segundas vias e
passar no crédito
escrever em cartões postais e
cobrir a paisagem
escrever em ruas asfaltadas e
aguardar o atropelamento
escrever em vidros e
limpar com vidrex
escrever em livros publicados e
se tornar coautor
escrever em muros e
assistir à demolição
De haverá festa com o que restar (URUTAU, 2018)
Francisco Mallmann
Sérgio Milhano, PontoZurca