Perder a vergonha

Num ano de muita luta dos professores, a professora de português Vanda Rosa é a convidada de Bárbara Aparício, Luana Martinuzo e Alexandre Dias (via Whatsapp) no primeiro episódio do podcast “Perder a vergonha”.

 

Das reinvindicações dos professores ao prazer da conversa, da evolução da escola às fardas da marinha, da vergonha de falar em público à descoberta do livro de cada um, de muito se fala neste encontro que passa a correr.

 

O intimismo da rádio, a curiosidade e o dom da conversa deixam a perder de vista a habitual timidez dos entrevistadores e abrem o apetite para mais.

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Rui Lage [compacto]

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Estes sete poemas, extraídos de Estrada Nacional (IN-CM, 2016) e de Firmamento (Assírio & Alvim, 2022), são habitados por uma tensão entre o visível e o invisível, entre o que já está revelado e o que só se revela à custa da descamação e da escavação do real empírico. Um automóvel que percorre uma estrada de montanha, feito cometa na noite, traz as coisas para a existência ao iluminá-las com os faróis. A luz da estrela que cintila no firmamento percorreu inconcebíveis imensidões de espaço-tempo para chegar até nós. Na verdade, contemplamos estrelas que, nalguns casos, já não existem. Uma luz fóssil.
Afinal, nós próprios somos feitos de invisível – de partículas elementares, infinitamente pequenas – e até dessa matéria escura prevista pela física. O visível é uma falácia.
A minha poesia resiste ao império do visível. Quando tudo é encaminhado para a arena do visível, quando se extinguem todos os recantos escuros, todos os ângulos mortos, que lugar fica para o desconhecido e para o mistério? Que lugar fica para esse invisível que era, para o Rilke, o “Grão-Mestre das ausências”?

 

 

Rui Lage

data de publicação
02.05.2022
GRAVAÇÃO E EDIÇÃO ÁUDIO
Oriana Alves
masterização
Sérgio Milhano, PontoZurca